pensando bem...
pensando bem...

Ontem enquanto passava pelo corredor da tumultuada escola normal, ouvi uma colega de curso comentando com outra: “mas, pensando bem, ser professora não é comigo”, fiquei pensando naquilo que ouvi, e comecei a questionar, será que sempre a vida nos da oportunidade para pensarmos ?Acho que muitas vezes não. Mas ai fica a seguinte questão, para que ser professor se os salários são baixos? Os alunos estão cada vez piores, e pensado bem é um grande risco enfrentar a sala de aula, muitas noites em claro,com  todas as provas para se corrigir.Será que realmente vale à pena? Não, realmente não vale à pena, se você for um mau profissional, sem estrutura, corroído pelo cansaço, e estar sempre da mesma forma, nunca se inovando, nunca pesquisando, sempre naquela aula monótona, sem graça.A aula para um professor não deve ser analisada como seu simples “ ganha pão”mas sim como sua vida, onde toda a sua sensibilidade deve ser colocada naquele momento, onde a sabedoria não se torne algo restrito e impossível de se alcançar, os alunos sabem quando um professor tem a verdadeira aptidão para o trabalho que exerce, e isto torna-se primordial para o desenvolvimento do seu alunado.Pensando bem aluno não é uma palavra apropriada, para que chamar uma pessoa de tal forma? Mas que grosseria, será que após tanto trabalho, tanta dedicação simplesmente acumulamos alunos no final de nossa vida educacional? Em seu sentido mais amplo, aluno se refere a aquele que não tem luz, será que é isso mesmo que fazemos? Os educadores do século XXI devem ter em mente suas dificuldades, seus desafios, vivemos em uma sociedade capitalista, onde poucos podem muito e muitos podem pouco, devemos instruir nossos educandos para novos rumos, para novas empreitadas, pois não há limites ao conhecimento, a formação cientifica deve vir aliada ao prazer em ensinar, ao amor pelo trabalho,porque  não se  necessita de vários professores mal formados, que não dominam sala, que  não têm conteúdo, precisamos urgentemente de poucos, mas que sejam bons naquilo que querem transmitir.A busca do educador perfeito está longe de ter um fim, mas será que há um modelo? A educação não deve ser vista como pronta e acabada, ela é um fator de suma importância na vida de cada pessoa, a principal luta que travamos enquanto profissionais da educação é a de instruir os educandos, transformando-os em sujeitos construtores de sua história, pois acreditem, todos fazemos história.A educação precisa se redimensionar, tomar novos rumos, os profissionais desta área devem, ser mais anárquicos, mais dispostos em construir o amanhã, seja qual forem às dificuldades, devemos abraçar cada educando de forma amorosa, abraçá-los envolvendo-os em seus sonhos, em suas expectativas para o futuro, pois a cada dia que se passa os jovens necessitam de carinho,  uma simples conversa,  um mínimo de atenção,  estão se trancando em seus quartos e murmurando seus conflitos, sem a certeza de como fazer para resolvê-los, sempre com muitas dúvidas, não há educação que não seja baseada em amor, e este sentimento deve ser estabelecido e recíproco, precisamos engajar uma luta, enquanto educadores para uma dialogação mais ampla com os nossos educandos, saber o que se passa, a escola deve ter como aliada a família, pois além de ser o alicerce de toda uma vida, é ali que ocorrem os principais acontecimentos de uma pessoa. “Quanto pior for a qualidade da educação, mais importante será o papel da psiquiatria neste século”, cabe ao educador saber moldar a vida de seu educando , o que digo não é tentar fazer milagre, pois a casos que realmente parecem impossíveis, parecem , mas não são, uma coisa, qualquer coisa que você fizer, de pequena ou grandes proporções terá alguma conseqüência em nossos educandos, por isso não devemos ficar pensando em fazer, o melhor que há é agir, enquanto há tempo, pois a educação não é uma causa perdida.